segunda-feira, 21 de junho de 2010

Última semana da comédia Os Enamorados no Vila!!!


Cerca de 1.500 pessoas já assistiram aos Enamorados. Agora só falta você!
25, 26 e 27 de junho às 20h no Teatro Vila Velha.
Tem estacionamento e o preço é super acessível: R$ 10, 00 e R$ 5,00.
Uma boa pedida para quem vai ficar em Salvador no São João.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Com a palavra: Bruno de Sousa

Os enamorados

Quando se fala em Goldoni- penso eu- em Itália, em Comedia dell"arte, em farsa. Foi com essas referências que curiosamente cheguei no teatro. O texto não conhecia, a história presumia mas a curiosidade me era instigante. Não sei ao certo os motivos mas estava curioso. O espetáculo começou. O cenário requintado, vermelho da paixão com lustres flutuantes fazendo o adorno da caixa cênica. Uma sala de estar, pensei. Lembrei-me do Teatro Elisabetano com suas cortinas felpudas, tapetes luxuosos, níveis altos. O figurino, mesclava antiguidade com modernidade. Um completava o outro, o conceito era o mesmo. Iluminação de sombras, tons escuros, diria finos, não sei, me parecia requintado. Entram os atores. Espero a leveza, os trejeitos farsescos, a agilidade. Estranho. Tinha um toque diferente. Surpreendente. Fiquei estranhado, estranhamento, estranhei. O corpo desenhava a fala, acompanhava o gesto, criava um novo código. A cada fala uma nova partitura física. O verbo e a ação pareciam estar colados, fixos. Uma dependência mútua. Estranhei novamente. Refleti. Aliás, não refleti. Só depois. Não dava tempo. Pouco a pouco me enamorei. A historia de amor simples, clichê, dessas em que o casal se ama mas não se entende sabe? Lembrei do Cravo e a Rosa, A Megera domada, Romeu e Julieta. Lembrei dos casais apaixonados que não se entendem ou que não querem se entender. Lembrei ainda daqueles que são impedidos de se entenderem. Enfim... Então quando eu menos esperava, outra surpresa: luta. Isso mesmo. Os atores mais precisamente Eugênia e Fulgêncio criavam suas relações através de partituras físicas de afeto ou de raiva. Lutavam entre si. Era estranho, diferente e muito bem executado diga-se de passagem. Nossa! Que interessante, pensei. A falta de dialogo dos personagens contrastava com a simbiose orgânica dos atores. Prontidão. Foco. Agilidade. Leveza. Prontidão. Prontidão e prontidão. Gosto da forma como foi dito o texto, da forma como foi dançado o texto. O texto em si, talvez nem gostaria. Que namoro bonito o de vocês: elenco e diretor apaixonados. Saldo da noite: Enamorei! Aquele prévio estranhamento aflorou mais uma paixão. E se até Brecht provoca o estranhamento... quem sou eu pra não estranhar...

Parabéns Antônio Fábio, Parabéns Rô, Parabéns elenco. Belo espetáculo! Ousado, diferente e principalmente muito bem executado. Sai feliz da sala "requintada". Sai enamorado!

http://www.espetaculoosenamorados.blogspot.com/

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Hoje


Hoje Os enamorados deixa de ser só nosso e cumpre o seu destino de ser de todos. De todos os ouvidos e olhos atentos. De todos os corações e almas enamoradas. Hoje compartilharemos o nosso segredo, nossa confissão, nossos dias e noites.
Três meses se passaram desde o dia em que nos vimos de frente e nos juntamos na tarefa de transformar texto em fala, em gesto, em silêncios e vertigem. Três meses dando forma a idéias, encharcando camisas, enchendo balões de ar, correndo atrás dos rabos, afinando cordas, polindo metais, varrendo chãos, dando corda nos relógios...
Bem, é hoje e não amanhã, ou depois. Hoje!
Hoje é dia de rir, de choro também. A dor de perder o lugar seguro , o porto feliz dos ensaios, a sala fechada, a cumplicidade dos pares. A alegria de ganhar o mundo, os cômodos da casa, seus jardins, a rua em frente, as grande avenidas das grandes cidades. O coração de muitos e a língua de tantos outros.
Hoje é dia de teatro!

Antonio Fábio

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